sexta-feira, 19 de junho de 2020

Nota de repúdio dos Escrivães de Polícia Federal da Superintendência de Polícia Federal no Paraná (SR/PF/PR)




PULICAMOS AQUI NOTA DE REPÚDIO EMITIDA PELOS COLEGAS ESCRIVÃES DE POLÍCIA FEDERAL DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA FEDERAL NO PARANÁ. SEGUE A NOTA.

"Os Escrivães de Polícia Federal desta Superintendência manifestam repúdio à decisão administrativa publicada no B.S. nº 111/2020 de 12/06/2020.

Na referida decisão, um dos nossos pares foi responsabilizado administrativamente por ter se recusado “a praticar atos de digitação em depoimento”, infringindo assim, em tese, dispositivo da Portaria nº 523 de 1989 do Ministério do Planejamento.

A mera apuração administrativa da referida conduta já demonstra afronta a uma categoria que tem se desdobrado nos últimos anos e, principalmente, nos últimos meses, na avocação de novas atribuições, gestão de sistemas e ferramentas decorrentes da evolução tecnológica.

Todos os servidores estão cientes de que, nos últimos meses, houve a implantação do inquérito eletrônico, com a necessidade de gestão simultânea e conjunta de diversos sistemas: SISCART, E-POL, PJE, E-PROC, SEI, bem como novas ferramentas e plataformas de trabalho (Microsoft Teams, ofícios eletrônicos, recebimento por meio digital de ofícios, e-mails) cujo acompanhamento, organização e gestão foram atribuídos, em grande parte, ou essencialmente, ao cargo de Escrivão de Polícia Federal. 

Some-se a isso, a participação dos Escrivães nas atividades policiais operacionais, como viagens, operações diversas (com participação na organização e execução), sobreaviso/plantão policial, integração de grupos operacionais diversos, bem como contribuição na contínua especialização da atividade policial e formação de novos policiais, via ANP. 

Desta forma, os Escrivães entendem que a apuração e responsabilização do servidor pelo fato em tela tenta desconstruir nossa história e contribuição enquanto policiais integrantes deste respeitado órgão, que também ajudamos a construir e do qual participamos com profissionalismo e dedicação, passando a nos considerar, por entendimento definitivo da Administração, como meros digitadores de expedientes. Posição inadmissível e perversa para o futuro de uma Polícia que pretende evoluir junto com a sociedade e responder aos anseios do que dela se espera no futuro próximo. 

A Polícia Federal não pode ficar adstrita a autoritarismos administrativos em decisões anacrônicas que pretendem rotular e desqualificar uma parcela para satisfazer outra. Tal recorrência tende a ser perversa no longo prazo ao gerar atrito nas relações entre os cargos, constante insatisfação, adoecimento físico e psicológico dos seus integrantes. 

Diante do exposto, os Escrivães de Polícia Federal, em uníssono e como categoria organizada, repudiam a referida decisão administrativa, mas não como um repúdio gratuito e inconsequente de digitadores, no rótulo que administrativamente pretenderam nos resumir, mas como policiais federais cientes do papel social que desempenham, e do dever de contribuir para o desenvolvimento do nosso país, da nossa comunidade e da nossa sociedade. 

É por uma Polícia eficiente e de vanguarda que lutamos e trabalhamos, e por conta disso, imperiosa e oportuna se faz esta breve manifestação pública."

Assinatura: Escrivães de Polícia Federal da SR/PF/PR - Junho/2020
COM ENDOSSO E APOIO DA ASSOCIAÇÃO DOS ESCRIVÃES DE POLÍCIA FEDERAL

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